segunda-feira, novembro 12, 2007

Voltinha na Serra com mais meninos


... E à 74ª vez, que o F. Carmo me convidou amavelmente para efectuar um passeio de BTT com o seu grupo de Gurus do Desconhecido, consegui finalmente aceder e inscrever-me no curso intensivo (6h sem intervalo para café e bolos secos) "Como manter a roda da frente no chão em subidas com 47% de inclinação" nos arredores de Manteigas.

De todos os presentes, só eu não tinha pedigree, facto que me deixou um pouco apreensivo uma vez que, como toda a gente sabe, os rafeiros são aqueles que melhor se dão com a dificuldade, e temia pelas flores de estufa naquele ambiente tão inóspito.

Mas, para sorte dos convivas, o tempo e ambiente em meados de Novembro na Serra da Estrela, mais se assemelhava a um dia de ceifa no Baixo Alentejo, do que um dia de frio e neve na mais ou menos alta montanha.

Viagem rápida e descontraída para Manteigas, na companhia de um Carmo e um Pimpão (apesar do nome é um indivíduo com mais de 5 anos), e em que se abordou o tema omnipresente das riquezas instantâneas em que nem preciso é misturar água, tais como “Erbaláifes”, “É Gel”, “Bim-Bis” e afins, e que ajudou a passar o tempo até às quase 24h, altura em que alcançamos a simpática Albergaria Berne.

O FC, só para não ter de dormir no mesmo quarto que um homem com nome de criança, inventou (e obrigou mais 2 a fazer) uma corrida ás 7 da manhã. Devia ter medo que a criança lhe pedisse para contar alguma história... Assim, sendo o Super-Macho lá lhe cedeu o quarto single e manteve-se alerta durante toda a noite não fosse o diabo tecê-las.

A manhã acordou como nos últimos meses! Limpa e solarenga. Melhor tempo seria difícil pedir.

Pequeno almoço tomado, seguido de outro igual, e mais outro. Check-out efectuado. Bikes montadas. CamelBags carbonizados. E lá partimos em direcção ao centro de Manteigas onde os restantes elementos já esperavam. Entre eles um que se destacava por ser o único que, num dia excepcional, poderia ombrear com a minha pessoa, no que às capacidades físico-técnicas-tácticas diz respeito. Vamos chamar-lhe de Bruno Parents uma vez que é uma figura pública e não vale a pena estar aqui a expor as suas fraquezas e limitações!

Os primeiros metros foram cumpridos em alcatrão e a descer, para que o choque fosse o maior possível, ou seja, passado pouco tempo saimos da estrada a descer para entrarmos na terra a subir... mas pouco!

Foram uns longos kms a subir lentamente mas sem parar (ou quase) até ao alto do Gorgulão onde está instalada, para além de uma janela mágica com vista para a panorâmica serrana, uma rampa de descolagem para suicidas com dúvidas, ou parapente como lhe chamam algumas pessoas.

Desse topo o B. Parents inventou um atalho para uma graaaaaande descida, onde deu para reparar que os 780 Bar de pressão, que achei correctos à partida, talvez fossem um pouco exagerados para aquele tipo de terreno. Obrigado Cláudio pela dica do “Este gajo é anormal ou fará de conta?!?!”, que ainda consegui ouvir enquanto fingias que tossias...

Depois de descer, fizemos mais uns kms em alcatrão até à paragem mais longa da volta, em Videmonte, em que aproveitamos para recarregar os camelos e bidons, e ainda comer umas típicas sandochas de presunto da serra.

De Videmonte até quase Folgosinho, passamos a ser mais um, acrescentando um Canino radical ao grupo, e que com os suplementos desportivos que o B. Parents e eu lhe demos, conseguiu quase dar na boca ao F. Carmo nos 6km em que nos fez companhia. Passamos por uma rocha que parecia a cabeça de um faraó, mas que tinha o nome de “Cabeça do Faraó”, e chegamos ao início da tão aguardada subida da Santinha.

Sinceramente, pensei que fosse tipo muito pior. Subidas daquelas tenho eu na.... naaaa.... subidas parecidas aquela tenho eu naaaaa... no..., era comprida tudo bem, mas quer dizer também nã... e inclinada... também era inclinada como o caraças, mas não era assim tão dif... e não se podia era parar, porque senão já não conseguias arrancar, mas de resto não tinha nada de especial...

O B. Parents atalhou e deixou o Carmo e resto do pessoal com a impressão de que a tinha feito muito depressa... alguma vez... atão eu ia à rasca e ele chegava ali e subia... pera... eu ia à rasca mas era para ir à casa de banho, porque a subida não era assim tão difícil... tinha era um terreno complicado para aquela inclinação estúpida...

Chegados lá acima, esperamos pelo FC que se enganou no coração que trouxe para a volta... (era aquele maior, eu avisei-te), e pelo Pedro que vinha mais atrás a rir-se da figura do FC a subir... Depois de todos reunidos, e de esperar que 4 elementos mais afeminados simulassem uma sessão fotográfica para a capa da FHM, junto aquela cena branca com uma risca preta que está em cima das montanhas, seguimos por um carrossel maravilhoso (ver foto em cima) que nos levou até ao McEnfartamos à beira da estrada.

Quase todos pedimos o actor principal do filme, uma espécie de petroleiro das sandes, em que o cozinheiro com as mãos praticamente lavadas, pega em 2 fatias de pão (tipo da grossura daqueles colchões de campismo que se enchem sozinhos), espeta-lhe com metade de um queijo da serra cortado na transversal, e sobre ele metade de um porco fumado também ele cortado na transversal. A seguir, o mesmo senhor leva, com a ajuda da mulher e dos filhos, a sandes para o meio da estrada, e espera que um carro lhe passe por cima para que fique com aquela grossura tão característica, que lhe dá o próprio nome - “10cm de Serra”.

Depois de encaixar metade da sandes, foi hora de descer e descer bem... sempre aos SS’s e com Manteigas láááááááá.....em baixo!

Já com os pneus apenas com 420 Bar, e o meu garfo rígido (com pintura de suspensão à tunning), consegui fazer a descida quase até ao fim sem deitar sangue das mãos... Nota: Tenho que rever esta parte da frente da bicicleta! Pelo meio ainda fiz aquele truque de sair da bicicleta com um mortal engrupado e voltar a montar na mesma, sem que a mesma chegue a parar, o que levou alguns parceiros de volta a pensar que eu tinha caído... tss... tss...claramente não viram as minhas últimas fotos na revista americana “Stunts Magic Goes Wild”!

Chegados a Manteigas, esperava-nos um balneário grates para duches com água quentinha e tudo.

No regresso tempo ainda para comer uma brutal pizza em Tortosendo (arredores da Covilhã) na Pizzaria “Flor do Lis”. Vale bem a pena o desvio de 2 ou 3km da A23!

Resta-me mais uma vez agradecer ao grupo, o deixarem-me participar e conto estar na próxima caso me convidem :P


1 comentário:

Jorge Cerqueira Souza Filho disse...

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-ooO--(_)--Ooo—
Olá meu amigo sou do Rio de Janeiro (Brasil) e Maratonista.
Gostaria de saber O QUE VOCÊ FAZ COM SUA MEDALHA APÓS A CORRIDA?
Este é o tema do meu blog, compareça por lá e deixe sua opinião.
Ah parabéns pelo seu blog.

www.jmaratona.blogspot.com

Um abraço

JORGE CERQUEIRA