quarta-feira, julho 13, 2011

TRIATLO DE VILA VIÇOSA 2011


Motivação
Último Olímpico?
Nos idos de Setembro de 2010… e já numa forma física tão invejável que saí de água com cãimbras…pela primeira vez…
Último Triatlo?
No longínquo mês de Abril em Quarteira. Resultado: ia-me afogando!
Então o que me levou a fazer este, e não outro eventualmente mais curto e acessível?
Três razões se chegam à frente:
· A Virilidade – que de facto em mim começa na ponta da cabeça da bactéria que me come a unha do dedo grande do pé esquerdo (o mais comprido) e termina na ponta deste cabelo sedoso a lembrar searas de trigo loirinho ao vento.
· O Consumo de Energias – muito ligado ao tema anterior, o habitual frenesim multi-diário debaixo de lençóis, não chega de facto para saciar a família de bichas solitárias, especializadas em consumo de exercício físico que tenho dentro de mim (NOTA: o ter colocado as palavras Bichas + Dentro + De mim, foi propositado e apenas para cortar um bocadinho a Virilidade que já se está a tornar inconveniente…)
· O Barboooooosa – mesmo com as palavras Bichas + Dentro + De mim, a Virilidade continua a aumentar, pelo que decidi investir tudo neste terceiro ponto e usar a potente carta Gay que é a Carta “Barboooooooooosa”… parece que a Virilidade acalmou só de cheirar a carta…!
Estas razões, associadas a uma espécie de “Agora Escolha” que se passou em modo online, numa das noites que antecederam a prova, convenceram-me à inscrição e deslocação.
Na semana anterior a média de horas na cama (para dormir claro) foi ainda mais baixa que o costume, roçando ali as 3 a 4 por dia… pelo que descansado estava!
Viagem
Estando a Moodys atenta a gastos supérfulos, muitos (ou terão sido todos?!) dos elementos da equipa decidiram ir no próprio dia, para assim poupar na casota!
Assim sendo, tive escalado em primeira instância o motorista Barboooooosa para me transportar, que julgando estar ainda nos Comandos, marcou a saída para as 6h00 da manhã (SEIS DA MANHÃ!!!!)… para uma prova 4 horas depois a pouco mais de 1 hora de viagem de distância…
Depois disso surgiu a hipótese de “ser levado à prova” pelo binómio Dr. Passarinhas + Capitão “Flying Mustache” América, que apesar de marcarem para uma hora mais adequada (7h15) ofereciam as mesmas garantias do Barbooooosa: Muito assédio e pouco dinheiro em cima da mesa!
Finalmente, a boleia abençoada com a minha presença - …sim que o simples facto de me levar a qualquer lado, já faz dessa pessoa, a pessoa que privou com o “Deus de Todas Coisas em Geral”… e portanto é como se tivesse sido barrado com “Mel 0,000001% de acidez” e libertado numa suite presidencial forrada a jovens colegiais especialistas em sorver Calippos… - seria a do Mister Carmo… ainda que na companhia do atrás referido binómio.
Por volta das 6h30 lá saímos da minha moradia em direcção a Vila Vistosa!
Fui à frente para não estragar o arranjinho que já vinha de trás, pois diz a lenda que Capitão América veio mais o Dr. Passarinhas no banco de trás, deixando o Jarbas Carmo sozinho na parte da frente da carrinha do amor!
Sempre que durante o caminho me distraía e me virava para o banco de trás para lhes perguntar uma coisa… lá estava o Capitão América a puxar a t-shirt para baixo e o Dr. Passarinhas a pentear-se… Fez-me lembrar as minhas visitas de estudo da 4ª classe, mas com mais bigode!
Pelo caminho, na estação de serviço de Montemor, apanhámos os Serôdios e os Barboooosa que tinham saído 2 horas antes, e os seus familiares-zombie!

Preparativos
É do conhecimento geral. “Preparativos” é o meu nome do meio!
Se há coisa em que gasto tempo é em preparar meticulosamente toda e qualquer acção que realizo antes, durante e após uma prova. Há aqueles que de forma sobranceira cumprem os procedimentos pré-prova com desleixo e despreocupação… nunca os compreenderei!
Por isso, chegados à praça central de Vila Viçosa, anfiteatro do espectáculo que eu apresentaria mais tarde, foi hora de cumprir a primeira parte do ritual sagrado dos Parques de Transição (PT):
1. Aproximar de forma aparentemente descontraída à entrada do PT, olhando já de soslaio para o cesto que está em cima da pilha…
2. Caso o cesto de cima seja cor-de-rosa, e não formos nem rapariga nem Barboooosa, então devemos agachar fingindo que decidimos apertar os atacadores (validar primeiro se não estamos de chinelo de enfiar no pé, senão vai ficar esquisito o movimento de atar o atacador-fantasma) e deixar a pessoa que está atrás passar à frente e apanhar com o cesto rosinha.
3. Se a pessoa que estava atrás não é uma rapariga nem um Barbooosa, mandar a boca “Uiiiiiiiiii, nem de propósito! Os cestos parece que os cheiram…”
4. Procurar durante 40’ pela placa da equipa
Após ter colocado os ténis num angulo de 45º alinhados com Saturno, e um pacotinho de gel dentro de um dos ténis (para ganhar aquele saber a marinada de queijo de Castelo Branco molhado em enxofre líquido a 23ºFarenheit), afastei-me qual observador de arte, primeiro para ver se estava tudo imaculado e depois para me aperceber da localização do meu cesto azul escuro (azul escuro ao fim de 14 atanços virtuais de atacadores).
Saímos por fim do parque e zarpamos em direcção à barrangem do coiso perto de uma terra alentejana.
Lá chegados, e ainda sendo umas 9h20, já o calor começava a coçar as toucas dos “triatletas”.
Era então chegada a altura de cumprir a 2ª parte do procedimento dos PTs.
Vesti o fato negro CVG2011, que consegue fazer o milagre de melhorar em 0,00000000012% a curva do meu traseiro, tal é a forma como se entranha nele de tão apertado que está.
Depois foi hora de tirar as bikes de cima, e de dentro, da carripana do mister. Os comentários sobre o pó nas minhas rodas não se fizeram esperar, e era esse o objectivo. As horas gastas na noite anterior a soprar pó de talco guineense (mais escuro) para as rodas, faria com que o meu arqui-rival Barboooosa pensasse que eu não mais tinha andado de bike… Nada mais errado pois, após ter enchido os pneus na noite anterior (uma vez que estavam vazios), ainda andei uns bons 50m dentro da garagem…
Peguei na toca 3183, nos óculos, na bicicleta, no dorsal e no chip e dirigi-me para a entrada do PT. Segui à risca os passos efectuados anteriormente, tendo a sorte de apanhar 2 cestos rosas seguidos, e 2 bocas homofóbicas bem lambuzadas.
Os passos no interior variaram um nadinha:
  • Colocar a bicicleta o mais perto possível da bicicleta do colega de equipa teoricamente mais rápido na água, se possível com a manete do travão por cima dos cabos da bicicleta do colega, fazendo com que este aguarde um pouco mais, pela minha chegada :P
  • Colocar o cesto à frente da roda da bicicleta do mesmo colega
  • Colocar os espectaculares óculos dentro do capacete, na direcção da saída do PT e finalmente o capacete em cima dos cabos
  • Sair do parque

Cá fora foi tempo de sacar a foto da praxe, para puxar pelos patrocinadores (www.link.pt neste caso), que todos os anos investem biliões de pico-cêntimos na equipa.
A equipa
Esta equipa do CVG destaca-se entre outras coisas, pela forma surpreendente com que alcançam resultados a roçar o avassaladores!
Um punhado de desalinhados mentais (falo pelos outros claro) - que a julgar pelas atitudes/acções/vasilina que utilizam antes ainda de entrar no carro/quantidade e qualidade de comida que ingerem após as provas/piropos que atiram às atletas da própria equipa, dificilmente conseguiria juntar estabilidade emocional suficiente para enviar as inscrições das provas ao General Ramos - consegue trazer para casa, em praticamente todas as provas, uma medalhinha ou quatro (como aconteceu em Quarteira).
Case study precisa-se e já!, mas posso adiantar às futuras jovens investigadoras, que devem iniciar e terminar a investigação aqui no Je, sem preconceitos anticipados, porque claramente este sucesso colectivo tem tudo a ver com a minha presença semestral nas provas…
Mas centremo-nos em cada uma destas personagens, pois é de personagens que estamos a falar, e que marcaram presença nesta acessível prova (por ordem do alfabeto):
  • Paulo “MAJOR” Lamego
Militar de carreira, Major no posto e Comandante de profissão… só podia dar numa coisa: Explosivos!
O homem come competição ao pequeno almoço, e deita-se com um copinho de rivalidade morninha… Se há pessoa que quer estar constantemente a por-se à prova é ele…
Ponto Forte: Garra!
Ponto Fraco: O lencinho agarrado ao boné da corrida!
  • Fernando “MISTÉR” Carmo

Palavras para quê? É o omnipresente mister com as suas omnipresentes maleitas! Pertencente a um círculo familiar estrelado, é constantemente ofuscado por resultados de valor, nomeadamente do filho garanhão (é garanhão ou varão que se diz?), que na busca do facturanço feminino se consegue extrapolar e nadar quase ao meu nível.
O Mister é grande! O mister sabe! O mister domina! O mister sugere! O mister tem dor! Sempre! Porque se não tivesse, ganhava ao Major Barril de Pólvora!
O Mister vai regressar em Tróia com os seus cavalos todos afinados!
  • Luis “PALMADINHAS” Barbosa

É fácil falar de Barboooooooosa! Tão fácil quanto é tirar-lhe fotografias na água, tal é o tempo que consegue entre braçadas, a fazer crer ao longe que está imóvel… mas que na verdade não está. Parece, mas não está!
Barboooooosa, é professor de matemática do secundário! Barbooooosa tem portanto mais tempo para treinar que os próprios meninos do CAR… e isso nota-se na entrega que imprime a cada braçada, só a terminando se realmente estiver perfeita… cada uma das 78000000 mil milhões de braçadas que se dá na distância olímpica!
Barbooooosa tem ainda o fetiche de cada vez que passa pelo DASSSILVA, em lhe dar uma palmadinha no traseiro… eventualmente porque lhe faz lembrar os das suas pupilas do secundário, tal a rigidez do par de nalgas deste que vos escreve!
  • João “SECCIONISTA” Serôdio
Se há paralelo na equipa face ao meu perfeccionismo com o material, esse tem o nome de Serôdio! Tudo é controlado ao pormenor, e não apenas antes ou depois da prova, mas também durante a mesma! Há os que atiram o capacete no final do ciclismo para não perder segundos, mas Serôdio acondiciona o seu carolo no bolso nº4 da mochila nº2 que colocou no canto inferior esquerdo de seu cesto.
Dizem as más línguas que ele quase que participa nos treinos de natação, e que ás vezes chega inclusive a molhar os calções nos treinos superiores a 3000m…
  • DASSILVA
Neptuno das barragens, Zeus do alcatrão, Zezeca Marinha dos balneários… o ser completo que      
           personifica o Eden! (Curriculum Vitae semi-completo de 452 páginas disponível em anexo)

     ·   Gonçalo “Dr. PASSARINHAS” Vicente
Vive a tentar libertar-se, ora da sombra desportiva de um tal de Sô “Gloubetróter”Vitor (por sinal o Pai da equipa), ora das colegas veterinárias que insistem em aparecer todos os dias para trabalhar e logo com todas as partes do corpo!
Pai recente, vive na luta diária dos treinos de natação, bicicleta, corrida, biberão, fraldas e a fugir das colegas de trabalho.
  • Manuel “FLYING MUSTACHE” Gonçalves
Bigode por que tem bigode! Voador, vá Deus saber porquê! Se calhar é pela facilidade com que voa na direcção de suecas menos loiras que o normal…
Representante do clube em Pontevedra, foi igualmente embaixador do bigode e da fome em terra de nuestros hermanos. Do bigode porque tem bigode. Da fome, porque foi a imagem com que de certeza todos ao seu redor ficaram de cada vez que o assistiram a comer… Alarve no dicionário tem a sua foto!
  • Pedro “BROTHER” Machado

Corre contra ele próprio, e contra a irmã da concorrência!
Evolui como nenhum outro porque treina com tudo o que é clube, apenas com um único objectivo: Fugir do DASSILVA!
Mas porquê do DASSILVA! Porque o DASSILVA ofusca… djimais! É tão imponente o DASSILVA…! Se eu não fosse o DASSILVA gostava de ser o DASSILVA
  • Miguel “BARBOOOOSA KILLER” Gomes
O roliço da equipa está naquela fase competitiva em que cada prova é uma estreia… 1º Sprint, 1º Olímpico, 1ª prova sem fato, 1ª natação em barragem, 1ª tábua de carnes com migas das boas… etc…
Roliço?!? Ex-roliço… porque também é a 1ª vez que baixa dos 85kg do alto dos seus 1,65m…J
Passou pelo DASSILVA na Bike, como se este tivesse parado… terá sido a 1ª e ÚLTIMA!!! vez… esperemos!

Feitas as apresentações, foi hora de tirar a tal foto para o paitrocínio, e dirigirmo-nos para a água, em câmara lenta, e com um pisar matxo que valha-nos Deus!!

Por falar em pisar…, comparar o saltitar florzinha dos meus colegas ao caminhar descalços sobre aquele tartan grosseiro, com a pisada firme dos meus pezões a fazer lembrar bigornas achatadas, faz pensar que andei na Legião Francesa desde que nasci… mas não. Morar em Pirescoxe enrijesse!


Natação

AAAHHHHhhhhh a áuga!!!!

Costumo entrar contemplativo no primeiro dos 3 segmentos do triatlo em que sou mais fortíssimo! 

Contemplativo e observador. Observador e mirone! Mirone e lambuzão… É melhor parar por aqui… 

Acrescento apenas que me posiciono sempre na traseira do pelotão feminino… por uma questão de sorte! 

Ás vezes tenho tanta sorte….

Ao ser contemplativo consigo também registar mais facilmente os clichés deste segmento:
· 
      “Eu com água fria fico sem pulmões e com uma bexiga mostruosa!”
· 
       “Epá, sem fato é o mesmo de nadar com uma rede carregada de atuns de competição agarrada aos    calções”
· 
       “Sempre que as provas são depois de despedidas de solteiro sem lubrificantes naturais, nunca nado nada de jeito”

Já eu não tenho desculpas! Posso ficar 38 anos sem nadar… que a figura que faço é sempre a mesma. Brilhante e inesquecível!

Águinha a 25º, algas naturais, ar quentinho, boias amarelas! Estava tudo preparado para a partida.

A estratégia seria, arrancar com calma e depois ir diminuindo o ritmo ao longo do segmento! Escolhi um grupo de individuos que me pareceram nadar pouco, aguardando um pouco antes de me lançar à água, só para confirmar que realmente estavam ali para nadar (como se vê na foto inicial, atrás à direita).

Ritmo calmo, passei algumas vítimas de naufrágio, que ainda com a bóia inicial ao pé dos pés já engoliam mais água do que respiravam, e aos poucos fui-me colocando na traseira de quem ia pouco mais rapido que eu… mas com jeitinho!

Primeira bóia a bruços, mais pés, 2ª bóia abruços, mais pés… fim da primeira volta, corridinha a pé com braçada de crowl para iludir os fiscais que estavam de olho e iniciei a 2ª volta…

Onde desta feita nadei bruços inclusive fora dos retornos das bóias, tal era o ritmo imprimido pelas minhas boleias. O ritmo não mais alterou até final, nem sequer para a saída da água onde por vezes decidem “atacar”…

Tempo na água 27’ e tal!

É o que eu digo, brilhante!

Sai da água com o sol a bater de frente, permitindo ao público feminino visualizar em HD cada milímetro da obra de arte a que chamo o meu TRONCO e MEMBROs

A velocidade a que saí da água deixou na cara dos juízes a dúvida se tinha realmente feito o segmento de natação ou se teria ficado escondido atrás da bóia de saída...

*** SICA e GONÇALINHO CARMO: Estas próximas meia dúzia de linhas são só para vocês não me chatearem mais com o ainda não ter acabado este post! ***

Bicicleta

Percurso: Carrossel alentejano. 
Clima: Bafo alentejano.
Saída: Com caímbras
Roda: A travar...?!

Oi? 
Pois é algures na preparação da bicicleta, deixei-a com o travão encostado à roda...
Resultado: ultrapassado nas descidas por elementos em BTT, e velocidades máximas 20km/h menores que os colegas de equipa :P

O que vale é que respiro H2O e expiro WATTs...


Corrida
Percurso: Carrossel alentejano. 
Clima: Bafo alentejano.
Saída: Com caímbras
Pernas: A travar...?!


Cheguei ao fim já perto das 3h de prova... com sofrimento a acompanhar!