sexta-feira, setembro 23, 2005

Manual

Manual de Instruções Para Gajos Que Montam Tudo Que Se Mexe

Uma vez que o Rodadigital já passou melhores dias, sendo entretanto “abandonado ao abandono”, venho aqui puxar pelos meus estimados companheiros de montada, para que aqui no possamos expressar na nossa melhor qualidade artística, ou seja, a Basófia.

Venho por isso convidar-vos a compreender a vida destes gajos (onde me espelho igualmente), e o que os leva a estes lugares comuns da sociologia humana, sem cair na enfadonha constância da vivência contemporânea (fosgasse..., esta caiu bem).

Introdução
(ao MDIPGQMTQSM)

Antes de avançar muito, gostava de contrariar um pouco daquilo que salta à vista de quem aqui vem pela primeira vez. Ao invés do que é dito, estes gajos são muito selectivos, criteriando aquilo que de facto montam, até porque devido ao local onde praticam a montada, a variedade cinegética é enorme. Era assim que de facto devia ser, mas conhecendo a rapaziada, ficamos afinal com a ideia que tudo serve para montar, uma ideia do capitalismo açambarcador, que não olha a pormenores, mas sim a generalidades. Confusos??

Um gajo que monta, monta de qualquer maneira, mas não quer dizer que não seja predestinado para um tipo de montagem. O gosto pessoal também influi. Há os que gostam mais de montar de pé, outros sentados, outros de camisa, outros em tronco nu; há quem monte depressa, e quem goste de longas maratona montado; há quem passe a vida a montar, e há quem só monte ao fim de semana; quem não almoce para montar, e que monte a pensar no almoço; há quem monte ao ar livre, e quem passe a vida a montar “dentro de portas”; há quem desmonte a subir, e quem desmaie depois da montada. Acima de tudo, e ao contrário de outras montadas, a estes gajos não cai nada bem um cigarro depois de montar.

A montada em si, é também uma forma de estar na vida. As montadas com suspensão traseiras são de longe as melhores. Não há nada que troque uma montada que nos acompanha nos altos e baixos. Que também mexe na montagem. Em português bem falado e traduzido, existem as “Especializadas”, as “GT”, as “Gigante”, as “Caminhadas”, as “Canhõesdela”; as “Saca Rabos”, as “Montanhas Rochosas”, as “Brancas”.

Há quem monte de umas ou outras, mas as melhores, e porque não consigo arranjar tradução para o nosso português como as anteriores, são as “Kona”. Adoro Kona. Uma Kona é sempre uma boa montada. Há quem monte a Kona, e que monte em Kona. Eu prefiro esta segunda opção, porque Kona é sempre aquele meu lugar preferido, húmido, e quentinho, inacessível a muitos, e 20º N acima do Equador. Para lá chegar nem é preciso atravessar esta mítica linha. Ou seja, nós tugas, vamos a Kona, sem atravessar nenhuma linha. Montar a Kona, pode ser no entanto um lugar comum, pois afinal há muitas outras, e comparáveis. Os gajos são quem vai mais a Kona. Há gajas que também lá vão, mas para nós gajos felizmente são muito menos, seja, mais fica. As gajas que gostam de montar em Kona não têm mau gosto, e por ser emparecidas com os gajos com mesmos gostos, podem ser consideradas “irmãos do peito”. Muitas destas mesmo têm um peito parecido com os dos irmãos atrás referidos. De outro jeito não daria jeito montar em Kona.

Finalizado este primeiro contacto, iremos nos debruçar em próximas oportunidades e capítulos, de aspectos singulares da arte de montar. Nesta viagem de descoberta introspectiva, os aspectos técnicos singulares, os pormenores diferenciadores de potenciar uma qualidade e elitismo superiores, as formas de concentração e construção mental de visualização, entre muitos outros aspectos – aos quais não iremos descurar os físicos -, serão aqui abordados.

A viagem segue dentro de momentos.



Pedala c’meu falo,
Vem pedalar c’meu pedalo.

1 comentário:

Anónimo disse...

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