segunda-feira, abril 10, 2006

X DUATLO DAS LEZÍRIAS

10º Duatlo das Lezírias

Percurso: 7
Marcação: 10
Abastecimentos: --
Assistência: --
Dificuldade Física: 8
Dificuldade Técnica: 0
Extras: 7
Preço/Qualidade: 7

GERAL: 8


À terceira foi de vez...

Estava para ir a esta prova desde 1785, ainda a organização da prova andava a cavalo. Mas em 2004 é que resolvi mesmo ir. Nesse ano estava a chover, e como não queria causar má impressão ao público feminino (aquilo à chuva encolhe mesmo), deixei para o ano seguinte.

Em 2005, estava um sol do cacete, mas eu estava tão molhado como se estivesse em 2004. Ardia em febre e suores frios e voltei a ter que adiadar a estreia no mítico Duatlo das Lezírias. Mítico por quê??, perguntam vocês. Sei lá!!! Agora tenho que saber tudo queres ver...!!!

Já estamos no ano de 2006 e o sol brilha como o sol.
Desta vez, nem chuva, nem febres, suores frios, nem euromilhões nem nada. Tudo indicava que poderia finalmente participar na prova.

E assim foi. Eram 9 horas quando lá cheguei, e ás 10 e tal chega o meu arquirival Brandinho, acompanhado de sua dama e do Zé "Carris" (motorista encartado). A única coisa para que um Brandinho serve, é para desapertar pedais que mais ninguém consegue desapertar...

Frases como "Com esta chave nunca lá vais...", ou "Mas porque é que soldaste esta merda?!?" ecoaram no recinto, e rapidamente deixaram de fazer sentido quando a mãozinha do Brandinho fez uma leve pressão e... desapertou o pedal como se estivesse a desenroscar uma tampa de manteiga num frasco de vaselina! Tive eu até às duas da manhã em cima da chave de bocas com os 2 pés e o puto ao colo!!!

Desfa forma, consegui ter os 2 pedais de plataforma instalados e salvaguardar males maiores para o segmento de ciclismo.

Já com a bike no parque de transição, fui fazer o meu aquecimento/derretimento primeiro com o Tintim (conhecido do ginásio da expo) e depois com o Brandinho e o Zé Carris.

Aproximava-se muito rapidamente a hora da partida e era altura de nos posicionarmos na meta, de forma a poder sair como gosto... para a frente!

Rodiados do que melhor há em termos de atletas de triatlo/duatlo/btt(?), lá soou a corneta que indica que são horas de ir andando. Primeiros 100m a tentar acompanhar a manada, surge a primeira curva à direita e damos início ao primeiro segmento de corrida, já em estradão de terra batida, e com muita gente a passar por mim... tudo normal portanto! Nisto vejo uma cara (e não só) conhecida - Bárbara Clemente - que faz com que este monólogo desfile na minha mente:

"Tu não fazes ideia a que velocidade tens que ir pois não?"

"Não!"

"Então e que tal se tentasses seguir ao ritmo de uma miuda que treina todos os dias e deve saber perfeitamente a que velocidade deve ir?"

"Boa! Bem jogado! Ó Bárbara, pera aíííííííí´....."

E lá fui eu então, primeiro apenas a 90% da minha pulsação e depois por aí acima. Chegamos à zona de retorno no meio da leziría, com o calor a fazer-se sentir de forma quase veraneja, e é altura de fazer o percurso inverso, e verificar quem vem onde e em que estado, se morto ou se defunto!

Uma vez que seguia atrás da primeira classificada feminina, os paparazzi não me largavam, pelo que nos 3 diários desportivos nacionais, em pelo menos 2 deles devo ser capa central. Já perto do parque de transição, vejo os primeiros a voltar para trás, e pergunto-lhes se se esqueceram de alguma coisa?!?! E porque é que eu faço esta pergunta inocente? Porque o Brandinho fez o obséquio de me enganar e dizer que era apenas uma volta!!!! Ora bem, quando eu percebo que ainda tinha que dar outra volta igual, e vou iniciar o pranto desalmado, eis se não quando entro na zona do público e tenho que atrasar o choro por mais 5 minutos. Sim, porque já é mau um gajo de licras, quanto mais um gajo de licras a chorar!!!

Os 2ºs 2,5km do primeiro segmento, são "à morte" atrás da Bárbara, quase quase a perder o rab...combóio de vista, mas sempre com o pensamento "Tenho que chegar à zona do público com a Bárbara, Tenho que chegar à zona do público com a Bárbara, porque isso me vai dar mais fotos de certeza...", e lá consegui chegar à zona de transição junto com ela e mais 2 ou 3 indivíduos masculinos de licra.

A transição é feita magistralmente, ao som do do último sucesso do Quim Barreiros, o que ajuda a um gajo se querer despachar para sair dali. Esta Federação não descura nenhum pormenor!

Consigo sair, precisamente ao mesmo tempo da Bárbara, mas monto(!) primeiro (já levo 15 anos disto... e de bicicletas 23...). Olho para trás para ver se ela se colava, mas o ritmo que impus só estava ao alcance... de mais 30 gajos, e portanto segui em frente... mais uma vez!

O segmento de ciclismo, todo ele planinho e, salvo um troço final, lisinho, foi feito sempre a recuperar posições com a ajuda de mais 3 ou 4 parceiros do pedal. Nem uma cãimbra e senti-me como peixe na água.

Passados pouco mais de 40 minutos, estávamos a chegar novamente ao parque de transição, para dar início ao último segmento de corrida. Sede era a palavra de ordem, pois tinha levado pouca água no bidon e o calor era muito.

Quase tão bem como a primeira transição, depressa me despachei das coisas e desatei a "correr". Esta corrida foi feita atrás de alguém do cartaxo e penso ter passado uma pessoa e ter sido ultrapassado por 1 ou 2, já não me lembro bem.

Sei apenas que quase não conseguia respirar, tal era a sede, e que os últimos metros foram feitos quase a planar... Mais mil metros e tinha que ir às boxes.

Resultado: 55º da geral com 1h12'58'' a mais de 10' do primeiro.

Apesar de tudo, penso que dificilmente com o treino que (não) tenho tido, conseguiria fazer melhor. Tudo correu bem! Principalmente o facto de deixar o coxo do Brandinho a anos luz (quase 8').

PRÓXIMAS PROVAS:

  • 15 de Abril - 6 Horas de Grândola (Resistência BTT)
  • 30 de Abril - Duatlo do Cadaval - Campeonato Nacional de Clubes



1 comentário:

Krepe disse...

Epah este relato está o deboche! :-)